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quinta-feira, 11 de junho de 2015

Há dias



Há dias que você deseja esbarrar com alguém compreensivo o suficiente para entender as suas neuroses, frustrações, silêncios e as porcarias em que algumas coisas vão se tornando enquanto a máquina da vida nos mói va-ga-ro-sa-men-te.

Há dias em que as batalhas são perdidas antes de começar e você fica ali, no chão, sujo de lama, pólvora e sangue sem ter dado sequer um tiro. Um acordar na beira do mar e não ver o sol nascer.

Há dias que você, na verdade, nem quer nada. Talvez queira um café e sentar de frente para o mar, sem que isso seja considerado um dia inútil. É só a sua vontade. Há dias que você se cansa um pouco de ser diferente e até acredita que há certa normalidade no sujeito dito normal e, até olha para o que a vida tem se transformado nos últimos episódios e nos últimos meses e fica pasmo, pois percebe que está tudo incrivelmente normal. Bate uma aflição tamanha de estar ficando normal como nunca quis.

Há dias que você quer uma força, como acontece com todo mundo. De repente, você dormiu de mau jeito e a frustração vem em forma de suspiros, daí você quer a tal força, externa, de alguém, de Deus, de qualquer coisa, mas está certo de que não há, porque desacredita que qualquer força realmente necessária venha de fora. Ainda assim procura, sabendo que encontrá-la seria uma tremenda traição a si mesmo.

Há dias assim, um procurar, não achar e desistir para que, noutro dia, sem querer, ainda que desejando em silêncio, encontre.

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