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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Eu, tu, ele, nós, vós, eles.


Conjugação verbal e nominal. Falamos e escrevemos sempre buscando a concordância correta, respeitando as regras linguísticas e policiando gafes perante uma sociedade sempre preparada para apontar seus erros. Excelente vigilância, diria eu. Pois bem, parabéns aos gramaticalmente corretos, possuem minha admiração sincera. Agora chegou a hora de apontar para o tipo de concordância que poucas vezes vigiamos. Danos emocionais em diversos níveis: a concordância existencial. Não há estudo que ensine a adequação. É uma questão de percepção. Há momentos em que precisamos ficar sozinhos. Em outros, você precisa apenas de uma companhia. Há dias em que só queremos pluralizar tudo, o "nós" em evidência. Deveríamos seguir a mesma linha das outras concordâncias, respeitando o que cada momento pede, mas não é assim que acontece. Ultrapassamos a linha que define o início do espaço do próximo. Invadimos a vida alheia na tentativa de parecermos prestativos. Queremos que seja ‘nós’ quando, na verdade, é ‘eles’. Mas como conjugar sem erros quando se trata de relacionamento entre seres predominantemente errantes? Errando e aprendendo, é lógico.
É preciso conjugar-se por sobrevivência emocional, mesmo que pareça uma tarefa complicada. Saber a hora que serei, que será, que seremos. Entender a conjugação que o momento pede. Nunca ‘seremos’ quando for apenas ‘eu’. Ou tu.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

More than words




Escrevemos e compartilhamos muitos pensamentos que expressam sentimentos o tempo todo. As redes sociais estão aí para comprovar isso: amor, desilusões amorosas, amores platônicos, amores proibidos. Não há dúvidas de que corações apaixonados comandam no quesito expressionismo e, particularmente, ofereço palmas para as pessoas que conseguem expor seus sentimentos em linhas repletas de belas palavras. Pois bem, agora é hora de cessar os aplausos aos apaixonados e exaltar algo que considero ainda mais bonito: reconciliação. Pouco se lê e fala sobre isso. É um ato geralmente encoberto por posturas orgulhosas, machucados em fase de cicatrização. Palavras milimetricamente supervisionadas pela razão. Deveríamos falar mais sobre reconciliação. Reconciliar não é promessa, é ação. É a vontade real e mútua de reaproximação. É superar o orgulho, passar a borracha no que deu errado e sublinhar os bons momentos já vividos. Reconciliar é juntar o vaso quebrado, colar cada pedaço com muito esforço, esperando com paciência a cola secar para poder manusear com intensidade novamente, de forma coletiva. Reconciliar é a restauração de um quadro valioso, a vontade de tê-lo pendurado novamente na parede mais visível da casa. Se o amor é o pai de uma relação, a reconciliação é a mãe adotiva, é a aproximação escolhida. Se o amor é juventude, reconciliação é o início da vida adulta.
A realidade é que há muito o que dizer sobre reconciliação, mas falar com que propósito? Quando se trata de reconciliação, a beleza está nas ações.