Página no facebook

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Bandeira branca.




 “Você me perdoa?”. Não conheço nenhuma pergunta que seja mais agridoce do que esta. Ao mesmo tempo em que você vê sinceridade e arrependimento no olhar do outro, visualiza a dor e a decepção em suas próprias lembranças. Assim como pedir perdão não é uma tarefa fácil, concedê-lo também requer um trabalho árduo. Perdoar é uma luta que requer habilidade e fôlego. São três rivais no campo de batalha: emoção, razão e a memória.
A emoção já chega tentando sabotar a razão, tendo como o impulso arma principal. Não existe nenhuma estratégia evidente. Ataca sem contabilizar a margem de risco.
A razão leva um tempo para mostrar sua cara e esconde suas armas. Adentra com uma estratégia bem definida, muitas vezes mascarada para esconder os medos e incertezas na hora da luta.
A memória? Essa é a maior e mais inteligente adversária. Na realidade, a memória não é bem uma rival, cabe-lhe melhor a função de incentivadora no prolongamento da guerra. É Insistente, permanece no campo de batalha até que um dos combatentes grite sua presumida vitória. Sua estratégia? A sutileza. Possui o maior estoque de armas e as empresta tanto para a razão quanto para a emoção, em busca do seu único objetivo no combate: sobrevivência. E ela geralmente sobrevive, fazendo com que tudo termine em tréguas desconfortáveis ou, como é dito popularmente, é concedido o ‘meio perdão’.
Pois bem, hora de sair do campo de batalha e analisar os fatos. Razão e emoção não nasceram para duelar, são naturalmente aliadas para o equilíbrio pessoal, em qualquer situação.
Que fique claro, não existe ‘meio perdão’. Perdoar em parcelas acarreta em juros, taxas altas que ficarão evidentes em algum momento.
É isso. Se você está disposto a lutar, que seja em busca de reconciliação. Caso contrário, o melhor é seguir em frente, eliminar tudo que lhe traga a vontade de erguer suas armas. Lutar sem objetivos é guerra perdida e, sem dúvidas, perdão e revanchismo jamais conseguirão andar lado a lado.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Olha a onda!


Desde pequeno, o verbo ‘escrever’ é um dos meus favoritos. Ao invés de chorar algumas dores ou discutir hipóteses, eu as escrevia. Quando decidi que disponibilizaria meus textos, reservei algum tempo para pensar se valeria a pena. Concluí que sim. Qual projeto pessoal, que não prejudique outras pessoas, não é digno de continuidade? No mínimo, sua projeção servirá como aprendizado.
Muitas vezes, por medo da opinião alheia, perdemos a oportunidade de realizar nossos desejos possíveis e nos tornamos meros espectadores das realizações dos outros. O que devemos ter em mente é que o sucesso nunca é garantido para ninguém, nenhum projeto recebe certificado de excelência antes de finalizado.
Quem nunca construiu um castelo de areia na infância? No início, qualquer ‘ondinha’ compromete, qualquer brisa pode fazer tudo desmoronar. Depois de um tempo, mesmo conquistando uma base sólida, sempre poderá aparecer algum engraçadinho para pisar em cima. Ainda assim, é preciso continuar. Realização pessoal é o motivo dessa busca. O que não corre riscos de dar errado, provavelmente não terá chance de dar certo. É bem isso: construir nossos próprios castelos, mesmo que a maré indique o contrário.
Quando você decide pôr em prática algum projeto, é preciso estar preparado para as críticas e estar ciente de que nem sempre elas serão construtivas. Leve em consideração os comentários que acrescentam e notará sua evolução, mas brinque com a ‘audição seletiva’ quando os comentários vindos sem nenhum propósito benéfico invadirem o seu caminho. Não esqueça que alguns ‘críticos’ só irão apontar aquilo que, segundo eles, você não pode fazer. Mas afinal, quem tem o poder supremo de ditar o seu potencial? A resposta é simples: apenas a primeira pessoa do singular.

terça-feira, 3 de abril de 2012

One step at a time


Quantas vezes você mudou de rota por medo de andar pelo caminho complicado ou conformou-se com a derrota por não encontrar, de imediato, outra solução?
Ficamos tão desapontados quando não atingimos nossos objetivos que desistimos dos planos traçados. Em meio à frustração, esquecemos de analisar os motivos do fracasso. Qual passo falho encaminhou para derrota. O diagnóstico pode ser mais simples do que você imagina.‘Causa mortis’ do plano: ansiedade para cruzar a linha de chegada.
Aprendemos a caminhar no início da vida. No começo, apenas passos pequenos e desajeitados, com uma quantidade considerável de tropeços e tombos. Somente após muitas tentativas e quedas adquirimos a habilidade necessária. A prática é um ente querido do sucesso. Na vida adulta não é diferente. Se ficarmos parados, se não praticarmos, jamais teremos a habilidade necessária para atingir nossos objetivos. Antes de correr, temos que aprender a dar passos pequenos.
A verdade é essa: treinamento. Um passo de cada vez. Paciência durante o aprendizado. Antes um passo pequeno e  bem executado do que uma corrida afobada e sem precisão.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Da série, 'A voz da imagem'.

Hospital


Amanheceu. O corredor está vazio ainda, mas sei que daqui a pouco estará lotado de visitantes apressados. Centenas deles. Difícil fixar o olhar em um só rosto. São tantas expressões, feições, sensações. Ela, chorando de dor. Ele, de felicidade. Vejo começos e recomeços, força e fraqueza, finais previsíveis ou inusitados. Antônimos por todos os lados. Daqui, sobe a vida. De lá, desce a morte. Por uma porta entra a salvação. Sai da outra a satisfação. Difícil não lembrar dos olhares de fé e incerteza, esboçados ironicamente na mesma pupila. Todos os rostos estampam ansiedade, ânsia por recomeços. Esse turbilhão de emoções e apenas 25 minutos se passaram. Por aqui é sempre assim. Cada segundo tem o poder de mudar a vida de alguém para sempre.