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sexta-feira, 11 de novembro de 2011
You’re not in Kansas anymore
2011 já está arrumando as malas para partir em definitivo e, como de costume, assistirei esta despedida com olhar nostálgico, fazendo uma breve passagem por tudo que aconteceu durante o ano. Mas, desde já, um fato deve ser destacado: este foi o meu ano de vilania. Quando digo que fui um vilão, não faço menção aos vilões da ficção que, na sua essência exageradamente maléfica, fazem de tudo para atingir seus objetivos, mesmo que para isso tenha que passar por cima de outras pessoas. Na verdade, o termo ‘vilão’ é pesado e um tanto sombrio fora da dramaturgia, seria errado adicionar este título com base nas minhas atitudes, apesar de ter mais erros do que acertos contados para fazer o balanço do ano.
Pensando melhor, sou atrapalhado. Nem ruim, nem mal intencionado: atrapalhado! Meto os pés pelas mãos sem nem ao menos perceber. E assim sempre foi comigo, despertando a fúria quando a intenção era apenas ajudar. Ajudar? Sem ser solicitado? É bem aí nessa esquina que se localiza a residência dos meus erros. Sou um Peter Pan, que sofre da ‘síndrome de Dorothy’: Apesar da busca de passar por uma vida cheia de aventuras, perco muito tempo tentando arrumar coragem pro leão, um coração pro homem de lata e um cérebro pro espantalho.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Dívida variável
Sempre me pergunto em qual momento depois de um grande erro começamos a nos sentir menos culpados, quando podemos seguir sem remorso e preparados para inevitavelmente cometer erros semelhantes. Pagamos pelos equívocos, somos perdoados e mesmo assim, muitas vezes, lá permanece ela: a culpa, sensação de dívida não paga, a angústia em olhar para quem se deveu, sabendo que este pode estar com o fato na memória recente ainda, mesmo que por palavras diga que já espalhou em águas passadas.
Este tipo de sentimento é dispensável, meu caro. Não é o perdão não concedido pelo outro que perturba e sim a falta de comprovação real de dívida paga. Impossível equiparar a intensidade dos sentimentos, saber se a moeda recebida tem o mesmo valor da que ofertamos. No meio desse impasse o tempo passa e muitas vezes nos culpamos mais tempo do que deveríamos, perdemos tempo tentando provar aquilo que já foi provado dentro do possível.
Por experiência própria, sugiro que não perpetue esse martírio, pois de nada adianta esse ‘auto julgamento contínuo’, já que a sentença virá em palavras inaudíveis e a pena cumprida não será vista por todos. Você já pagou, pagou mesmo, a diferença é que a vida não me entrega em mãos o mesmo comprovante que os bancos, por exemplo.
‘A culpa, longe de nos proporcionar incentivo ao crescimento, faz-nos gastar as energias numa lamentação interior por aquilo que já ocorreu, ao invés de as gastarmos em novas coisas, novas ações e novos comportamentos.’