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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Da série, 'A voz da imagem'.

Hospital


Amanheceu. O corredor está vazio ainda, mas sei que daqui a pouco estará lotado de visitantes apressados. Centenas deles. Difícil fixar o olhar em um só rosto. São tantas expressões, feições, sensações. Ela, chorando de dor. Ele, de felicidade. Vejo começos e recomeços, força e fraqueza, finais previsíveis ou inusitados. Antônimos por todos os lados. Daqui, sobe a vida. De lá, desce a morte. Por uma porta entra a salvação. Sai da outra a satisfação. Difícil não lembrar dos olhares de fé e incerteza, esboçados ironicamente na mesma pupila. Todos os rostos estampam ansiedade, ânsia por recomeços. Esse turbilhão de emoções e apenas 25 minutos se passaram. Por aqui é sempre assim. Cada segundo tem o poder de mudar a vida de alguém para sempre.

Um comentário:

  1. Gui, coisa linda essa crônica, é a realidade!
    Imagina eu, 19 anos vendo/vivendo tudo isso.
    Beijos Tati

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