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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Bandeira branca.




 “Você me perdoa?”. Não conheço nenhuma pergunta que seja mais agridoce do que esta. Ao mesmo tempo em que você vê sinceridade e arrependimento no olhar do outro, visualiza a dor e a decepção em suas próprias lembranças. Assim como pedir perdão não é uma tarefa fácil, concedê-lo também requer um trabalho árduo. Perdoar é uma luta que requer habilidade e fôlego. São três rivais no campo de batalha: emoção, razão e a memória.
A emoção já chega tentando sabotar a razão, tendo como o impulso arma principal. Não existe nenhuma estratégia evidente. Ataca sem contabilizar a margem de risco.
A razão leva um tempo para mostrar sua cara e esconde suas armas. Adentra com uma estratégia bem definida, muitas vezes mascarada para esconder os medos e incertezas na hora da luta.
A memória? Essa é a maior e mais inteligente adversária. Na realidade, a memória não é bem uma rival, cabe-lhe melhor a função de incentivadora no prolongamento da guerra. É Insistente, permanece no campo de batalha até que um dos combatentes grite sua presumida vitória. Sua estratégia? A sutileza. Possui o maior estoque de armas e as empresta tanto para a razão quanto para a emoção, em busca do seu único objetivo no combate: sobrevivência. E ela geralmente sobrevive, fazendo com que tudo termine em tréguas desconfortáveis ou, como é dito popularmente, é concedido o ‘meio perdão’.
Pois bem, hora de sair do campo de batalha e analisar os fatos. Razão e emoção não nasceram para duelar, são naturalmente aliadas para o equilíbrio pessoal, em qualquer situação.
Que fique claro, não existe ‘meio perdão’. Perdoar em parcelas acarreta em juros, taxas altas que ficarão evidentes em algum momento.
É isso. Se você está disposto a lutar, que seja em busca de reconciliação. Caso contrário, o melhor é seguir em frente, eliminar tudo que lhe traga a vontade de erguer suas armas. Lutar sem objetivos é guerra perdida e, sem dúvidas, perdão e revanchismo jamais conseguirão andar lado a lado.